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Foto do escritorPriscila Bonifácio

5 Erros que as Pessoas Cometem ao contratar um Arquiteto

Dizem que os Arquitetos são magos, psicólogos, operam milagres... Mas por que algumas pessoas se arrependem de contratar este profissional? Veja os erros que as pessoas cometem quando contratam um arquiteto e aprenda a evitá-los!


O arquiteto, o engenheiro e o cliente formam uma equipe. Quando esta equipe não funciona, as coisas começam a desandar...

Então você encontrou com um conhecido de muitos anos na rua e começaram a conversar. Ele diz para você ir visitá-lo, que acabou de reformar a casa, mas que está muito cansado. Você pergunta como foi a obra e ele só diz "um desastre", e ao pedir a indicação do arquiteto ele lhe responde "não quero ver essa pessoa nem pintada de ouro!". Obviamente, ele está exagerando, você pensa. Mas a verdade é que esses traumas realmente existem, e em alguns casos são irreversíveis.


Você Contrataria um Açougueiro?

Então você descobriu que o seu apêndice está inflamado e você precisa fazer uma cirurgia para tirá-lo. Por não ter plano de saúde, e por não querer esperar na fila do sistema público de saúde, você prefere procurar um profissional particular para fazer a cirurgia. Mas, ao consultar os médicos, você percebe que os custos são muito mais altos do que você tem condições de pagar.


Eis que você tem um amigo que trabalha de açougueiro, que tem todas as ferramentas necessárias para corte, e ainda sabe costurar como ninguém, e lhe diz que consegue tirar o seu apêndice sem deixar uma cicatriz enorme, basta arrumar um sedativo pra te derrubar e ele faz em meia hora.


Não precisamos ir mais a fundo nessa comparação esdrúxula entre um médico cirurgião e um açougueiro. Mas, se você comparar o seu apêndice à sua casa, e a cirurgia a um projeto de arquitetura, acredite, tem muitas pessoas contratando os açougueiros por aí, optando fazer um projeto com profissionais despreparados e mais baratos ao invés de investir em um profissional competente e experiente.


Após essa historinha, vamos apresentar quais são os 5 Erros que as Pessoas Cometem ao Contratar um Arquiteto.


#1 Não saber se comunicar com seu Arquiteto


Aprenda a passar as informações corretas para o seu arquiteto

Muitas pessoas não conseguem ou não sabem como se comunicar corretamente com seu Arquiteto.


Algumas ficam com vergonha de fazer perguntas, outras ficam com medo de dizer que não gostaram de alguma coisa no projeto e não pedem a alteração, outras só conversam com o arquiteto no dia das reuniões e não respondem às dúvidas dos profissionais por telefone ou e-mail, ignorando-os completamente. Há também aqueles que não sabem exatamente o que querem, não conseguem transmitir seus desejos, suas vontades e suas expetativas para o arquiteto.


Por causa dessa falta de comunicação, o profissional não consegue desenvolver um conceito mais próximo das expectativas do cliente. E, para piorar, a grande maioria das pessoas não consegue visualizar ou imaginar as idéias propostas, e acabam por confiar que o arquiteto conseguirá adivinhar o que elas querem e transmitir para o projeto.


No final (leia-se: após o término da obra) o resultado não poderia ser diferente: o cliente olha para a obra concluída e percebe que aquilo ali não tem nada a ver com ele. E após longos meses enfrentando poeira, bagunça, sujeira, barulho, gastando mundos e fundos, ele se vê com uma obra que ele não gostou, e enfrenta desespero e frustração.

#2 Cliente Controlador


O sonho do cliente controlador é ter um controle remoto para mandar no arquiteto...

Enquanto alguns clientes evitam conversar com seus arquitetos, outros não sabem viver sem controlar cada centímetro do desenhos deles.


Esses clientes ignoram totalmente o fato de que o arquiteto é o detentor do conhecimento, ele é quem possui as faculdades necessárias para desenvolver projetos e conceber espaços e edificações.


Entretanto, esse tipo de cliente não consegue aceitar que as suas idéias não são boas, ou não são executáveis. Apesar de os clientes não conhecerem as normas, e de não terem a mínima noção de conforto ambiental, ergonomia, estilo arquitetônico, estruturas, acústica, orientação solar, iluminação, estética, condicionantes físicos, esterotomia etc, os clientes controladores insistem em desenvolver um "desenho" para o projeto, onde o arquiteto deve simplesmente "adaptá-lo" para a realidade.


Nessas horas, ocorre um embate voraz entre o profissional e o cliente, um defendendo a sua profissão, sua reputação e seus 5 anos de faculdade (mais todos os anos de estrada) enquanto o cliente acredita ser o detentor, o dono e o proprietário da idéia, do projeto e da concepção, porque ele está pagando, afinal de contas (o cliente não é o detendor da criação do projeto, pois o mesmo é protegido pela Lei de Direitos Autorais).


A grande maioria desses conflitos se resolvem com o rompimento do contrato, onde o cliente desiste de prosseguir e de contratar outro profissional e acaba fazendo tudo sozinho, ou o arquiteto se dá por vencido e cede às exigências do cliente controlador, o resultado das duas últimas? O resultado da obra só poderia sair uma m...


#3 Arquiteto Inexperiente


Arquiteto recém-formado...

Esta também é bem comum. Quando tem algum membro da família ou algum amigo se graduando em arquitetura, ele é bombardeado de solicitações de familiares e amigos para fazer o projeto da construção ou da reforma da casa de alguém. Todos nós arquitetos já passamos por isso.


Entretanto, falta-nos a experiência, a bagagem. Não importa o quão talentoso seja o jovem arquiteto, nos falta ainda alguns ingredientes essenciais para garantir um projeto bem feito e uma execução excepcional.


Mas muitas pessoas que não tem nenhum amigo ou parente recém formado na família também opta por contratar jovens arquitetos para fazerem seus projetos, exatamente pelo fato de "serem desconhecidos no mercado, e por isso vão cobrar mais barato".


Inexperiência precede a competência. E o que acontece quando você contrata um profissional inexperiente? Bom, a resposta a essa pergunta eu vou deixar para você, leitor...


#4 Orçamento Indefinido


Peça o seu mestre-de-obras-card...

Algumas pessoas tem receio de informar ao arquiteto o quanto elas tem ou quanto elas estão planejando investir na obra. "Vai que eu falo e o arquiteto vai colocar só coisas caras no meu projeto" ou "Se eu falar ele vai dizer que não vai dar pra fazer a obra com o que eu tenho, então é melhor não falar".


Fazer um projeto sem um orçamento definido é como pegar a estrada sem rumo e sem gasolina. O valor que se pretende investir na obra é a primeira coisa a ser definida, até para que seja feito um planejamento adequado e, para saber se o valor será o suficiente para todas as necessidades.


Há também aquelas pessoas que não aceitam que o seu orçamento não seja o suficiente. Teve uma cliente que nos procurou uma vez pedindo que fosse feito um projeto de interiores para a sala dela, onde ela queria tudo novo, móveis, adornos, iluminação etc. E o orçamento dela? R$3.000. Não estou de forma alguma desdenhando o dinheiro suado da "quase-cliente" (quase porque não virou cliente...). Mas uma coisa é certa: é preciso haver coerência na hora de definir um orçamento.


Existe milagre na medicina, existe milagre da biologia, existe milagre da ciência, mas não existe milagre na construção civil. Se o dinheiro disponível não cobre o orçamento, não adianta procurar outro profissional que vai mentir para você e dizer "Pode deixar comigo que por esse valor eu consigo fazer...". Esse tipo de cliente em geral é passado para trás facilmente por todo mundo que aparecer prometendo pra ele uma solução "baratinha". E o resultado? Bem...


#5 Expectativa versus Realidade


Imagine a infinita possibilidades que tem um projeto na mão de cada arquiteto da sua cidade...

Imagine que você quer construir uma banquinha de jornal, pequena, de uns 3 metros de largura por três de profundidade. Coisa simples. E você contratou cinco arquitetos diferentes para fazerem uma proposta conceitual para você dessa banquinha de jornal.


Quando os 5 arquitetos apresentam suas propostas você percebe uma coisa: não existe opção igual ou sequer parecida com a outra. Por quê? Porque a concepção de um projeto é uma atividade intelectual e pessoal. Ela depende da personalidade, da visão de cada um. Cada arquiteto tem uma bagagem cultural diferente que afeta a sua forma de pensar suas criações. Eles têm vivências diferentes, memórias diferentes, culturas diferentes, perspectivas diferentes.


É muito comum ver por aí pessoas que evitam contratar aquele arquiteto que cobrou um valor mais alto, mas que usam um de seus projetos para pedir ao arquiteto mais barato, o qual elas estão contratando, para fazer um igual. É impossível por dois motivos: 1) Porque, conforme explicamos acima, a concepção é um fenômeno pessoal e individual, e 2) Porque plágio é crime.


Cada arquiteto tem um estilo de trabalhar e de criar. Se você gosta e admira o trabalho de um arquiteto específico, ao contratar um arquiteto para fazer um projeto para você, contrate este que você gostou. Evite pagar gato por lebre. Lembre-se do nosso post sobre o alto custo emocional de uma obra. O processo de um projeto e de execução de uma obra é muito desgastante e cansativo, você vai gastar muitos recursos financeiros, você vai se estressar, vai se cansar, vai se desesperar, e não vale apena passar por tudo isso para, no final, decepcionar-se com o resultado. Nada que custe a sua paz vale a pena. Afinal, se é para gastar dinheiro, gaste bem gasto, para que no final você se sinta feliz e realizado.


Conclusão

Se você não quer ser o amigo frustrado do primeiro exemplo desse post, você já sabe que, para não se arrepender ao contratar um arquiteto você deve:

  1. Saber se comunicar adequadamente

  2. Confiar no seu profissional para que ele possa fazer o trabalho dele

  3. Procurar um profissional mais experiente

  4. Preparar-se financeiramente de forma adequada

  5. Contratar o profissional que você já conhece e admira o trabalho

Não se esqueça também de baixar o nosso E-book Gratuito: 10 Erros que as Pessoas Cometem nas Obras.

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