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Foto do escritorPriscila Bonifácio

3 Verdades que os Arquitetos e Engenheiros não te contam sobre as Obras

Está pensando em dar uma renovada na sua casa ou na sua empresa? Comprou um terreno e está se preparando para construir um novo lar? Então não deixe de ler este artigo.

Não é segredo para ninguém que obra dá trabalho e custa muito dinheiro. Mas existem segredos que os profissionais experientes guardam para si sobre execução de obras. Eles não são contados aos clientes porque podem ser mal interpretados por eles, ou pode desmotivá-los a fazer a obra. Entretanto, é de extrema importância que o cliente/consumidor da construção civil tenha uma noção de todas as implicações de seu investimento, afinal de contas, obra não é brincadeira, e pode ter resultados desastrosos para o cliente e seus vizinhos.


Existem três regras de ouro, para as obras, a serem obedecidas:

  1. Expectativa do Cliente

  2. Prazo e orçamento

  3. Qualidade

Expectativa

Não adianta só fazer, tem que fazer do jeito que o cliente quer, e do jeito que está no projeto. Existe algo mais desesperador do que passar por todas as etapas de projeto, aprovação, obra, gastar mundos e fundos, e no final não atingir o resultado esperado?


Prazo e Orçamento

Nenhuma obra deve estourar o prazo e o orçamento estimado. Quando uma obra não obedece ao cronograma, deve-se analisar o que causou esse atraso. Somente é aceito como justificativa para atraso os motivos de força maior como mau tempo, atraso no pagamento, atraso no fornecimento de material, falta de energia ou de água. Qualquer motivo que fuja desses citados não é justificativa para atraso na execução. A mesma coisa vale para o orçamento. A planilha orçamentária é calculada de modo que todos os custos necessários para a execução da mesma esteja presente na obra. A menos que haja alteração no projeto no decorrer da obra, nada justifica alteração no orçamento.


Qualidade

De nada adianta a obra ter ficado do gosto do cliente, ter obedecido o projeto, orçamento e prazo, mas ser cheia de vícios ocultos, apresentar patologias ou problemas de conforto térmico, acústico, luminoso, ergonomia etc. Acima da expectativa, do prazo e do orçamento, a qualidade é a regra mais importante. Somente ela pode justificar, além dos motivos já citados, a alteração de projeto, alteração no prazo e no orçamento de uma obra. Deve-se sempre buscar a qualidade em primeiro lugar, por isso, é muito provável que decisões sejam tomadas ao longo da obra para garantir a qualidade final da edificação.


Agora que você conhece as três regras de ouro da obra, vamos às cinco verdades que os Arquitetos e os Engenheiros não te contam sobre as obras:


Junte os pepinos de sua obra e faça uma salada!

#1 Não existe obra sem pepino


Por mais perfeito que esteja o projeto, por melhor que seja a equipe de execução, problemas sempre vão acontecer. É a chuva que impediu a secagem do concreto, foi a queda de energia que impediu o andamento da obra, foi o material que não chegou ou que veio errado, foi o funcionário da obra que faltou por doença e atrasou o serviço, é o eletrodoméstico que não encaixa no móvel, o piso que ficou milimetricamente desnivelado, multa da fiscalização, enfim, tudo pode dar errado em uma obra. A questão é que você tem duas opções: Estar ou não preparado para esses problemas que virão. Não adianta rezar, fazer promessa, visitar a obra todo dia, esperando que os problemas não irão acontecer, porque vão, infelizmente.


Como evitar?


Vocês querem a boa ou a má notícia primeiro? É impossível evitar que problemas aconteçam! Essa é a má notícia. A boa, é que você pode estar preparado para eles. A única forma de estar preparado para essas situações é obedecer às seguintes regras:


  1. uTer um projeto bem desenvolvido. Por mais que o projeto não evite, mas ele ajuda a reduzir a probabilidade de problemas, além de reduzir os impactos dos problemas que possam acontecer. Ter um profissional experiente responsável pelo se projeto implica que, qualquer que seja o problema da obra, se for relacionado ao projeto, você terá o auxílio de um profissional para propor outra solução para você, tirando das suas costas a responsabilidade sobre o problema.

  2. Ter uma margem de segurança. O próprio orçamento deverá contemplar uma margem de segurança para arcar com custos necessários dos problemas que poderão (e vão) acontecer. Essa margem também deverá constar no cronograma da obra, onde deverá ser considerado um tempo necessário para possíveis correções e ajustes em serviços prestados, ou considerar, no caso de mau tempo e feriados, os dias em que a obra ficará parada. Desse modo o problema até pode acontecer, mas eles já haverão sido previstos antecipadamente na planilha de orçamento e no cronograma.

  3. Ter um seguro para a obra. O seguro da obra não é uma prática muito comum para obras menores, mas ela pode ser muito útil em caso de acidentes, danos a terceiros ou outros problemas que possam surgir (vai depender da cláusula da Cobertura do seguro). Mesmo que a obra apresente pouco risco, é melhor ter e não usar do que precisar e não ter o seguro.


#2 Obras são imprecisas


Por mais detalhado que seja o seu projeto, no momento de levantar a quantidade de materiais, insumos e mão de obra, é praticamente impossível saber exatamente, com precisão cirurgica, quanto de cada um desses itens você precisará na sua obra. Pode ser que precise de 10 sacos de cimento, mas também pode ser que precisem de 12, ou talvez usem só 8. Talvez as duas semanas sejam necessárias para fazer o serviço, mas também pode ser necessário mais uma semana. Aquele revestimento que você orçou estava custando R$100/m², mas ontem quando você foi comprar estava custando R$110/m². Ou as 6 caixas de porcelanato que você havia comprado deram muitos cortes e perdas, e agora você vai precisar de mais 2 caixas. Parte dos problemas da obra dizem respeito a essa imprecisão. Mas é muito difícil trabalhar em escala macro e micro ao mesmo tempo, e saber exatamente quantos parafusos e quantas pedrinhas você vai precisar para executar a sua obra, e garantir que eles custem o mesmo valor no mercado do início ao final da sua execução. E essa imprecisão aborrece a todos os clientes, pois eles sentem uma extrema insegurança com relação ao andamento e custo da obra. Afinal, como pode o orçamento inicial ter dado R$100.000,00 e agora estar na faixa dos R$120.000,00?


Como evitar?


Assim como o item número um, não existe uma forma de evitar essa imprecisão nos cálculos. Por isso, mais uma vez, o bom planejamento é o que vai fazer a diferença entre um cliente feliz e preparado e um cliente inseguro, deprimido e estressado com a sua obra. E esse planejamento é exatamente sobre a regra número 2 do item #1: Ter uma margem de segurança.


A única forma de lidar com a imprecisão da obra, é ser impreciso também. Deixar uma margem de 5 a 10% na quantificação dos materiais e da mão de obra para fazer seu orçamento, garante que, caso aconteça algum imprevisto de falta de material ou de precisar pagar mais uma diária para sua equipe, esse valor já foi considerado e reservado para ser gasto. A boa notícia é que, uma vez que essas margens não são utilizadas, o cliente ainda tem uma sobra do dinheiro que ele havia se planejado para investir. Algumas construtoras mais experientes inclusive trabalham da seguinte forma: Todo o valor pago pelo cliente para a obra é colocado em um fundo, que fica rendendo. Se a obra for finalizada e a margem não foi utilizada, ela terá rendido no fundo, e volta para o cliente em um valor ainda mais alto do que o pago por ele no início da obra. Interessante, não?


#3 Obra não tem milagre


Por mais devoto que você seja, nenhuma divindade vai depositar dinheiro na sua conta, ou aparecer de madrugada com uma tropa de pedreiros-fantasmas para lhe ajudar a executar a sua obra.


Se você fez um orçamento com um profissional qualificado e ele te passou um orçamento 'X' e você achou caro e acha que consegue um outro orçamento de 'X/2' para executar a sua obra, acredito que você não deveria pensar em enfrentar uma obra no momento. É muito difícil que uma obra reduza muito o seu valor só porque você escolheu um outro profissional, pois os custos são estimados de acordo com o mercado, então se você fez um orçamento e ele deu bem abaixo do(s) outro(s) que você fez, corra! Corra que dá tempo!


Muito provavelmente, uma equipe experiente e materiais de boa qualidade tem seu custo (e valor!). Então, se você orça com alguém que te cobrou muito abaixo, das duas, uma: essa equipe vai fazer tudo errado e mal feito, e com materiais de segunda, ou ela vai executar tudo bem feito e te mandar a conta depois, cobrando exatamente o que o outro havia cobrado, ou até mais.


Se acontecer a primeira hipótese (a equipe vai fazer tudo errado e mal feito), todo o dinheiro que você "economizou" ao contratar essa empresa você vai acabar gastando para contratar a outra para finalizar o serviço. Além de ter que comprar mais material, atrasar mais a obra, entre outros problemas. E em alguns casos, o serviço fica tão mal feito que tem de ser totalmente refeito, o que vai te custar o dobro do que você estava planejando investir.


Faça as contas. Vamos a um exemplo:


Em uma suposta cotação para uma obra, foram realizados os três orçamentos abaixo:


Orçamento da Empresa A: R$200.000,00


Orçamento da Empresa B: R$200.000,00


Orçamento da Empresa C: R$150.000,00


Olhando para os três orçamentos acima, é muito provavel que a maioria das pessoas contrate a empresa C. Entretanto, o que essa pessoa não sabe é que a empresa C não tem muita qualidade ou experiência, e também não considerou as margens de segurança no orçamento para cobrir as despesas inesperadas.


No meio do curso da obra, quando o cliente já havia pago em torno de R$75.000,00, muitos problemas aconteceram na obra que acabaram inviabilizando-a o que forçou o cliente a rescindir o contrato com a empresa C e a contratar qualquer uma das empresas A ou B. Para finalizar o serviço, ambas as empresas estimaram que será necessário R$50.000,00 para corrigir os erros e estragos, além de R$100.000,00 para terminar a obra do estágio em que ela parou.


Ou seja, no final, o cliente "economizou" R$50.000,00 ao contratar a empresa C. Mas o custo total da obra foi de R$225.000,00, gastando R$25.000,00 além do que havia orçado as empresas A e B. Com esses R$25.000,00 a mais, o cliente poderia fazer uma viagem para relaxar ao fim da obra, ou investir em melhorias para a casa.


Moral da história: Não existe milagre. Se uma obra foi estimada em X, é melhor se preparar e capitalizar para gastar X do que achar que vai gastar X/2 e acabar gastando 2X!
 

Esperamos que esse artigo tenha lhes ajudado a entender um pouquinho mais sobre o Universo das Obras! Caso ainda tenha ficado alguma dúvida, mande-nos um email para contato@iezdesign.com ou entre em contato pelos telefones 61 98162 2625 ou 61 99965 7805!


Um grande abraço e até a próxima!


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